quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Entre contas de começo de ano e objetivos para todo 2011


Todo início de ano é a mesma coisa: além dos gastos extras com as comemorações de Natal e Ano Novo - que não foram embora junto com 2010 -, batem à porta despesas como IPVA, IPTU... Mas com planejamento e organização, segundo especialistas, é possível ficar de bem com o seu dinheiro em 2011

Organizar os preparativos para reunir a família e comemorar as festas de fim de ano eram as principais preocupações da maioria das pessoas há duas ou três semanas.


Mas quando chega o mês de janeiro, o cenário é modificado rapidamente. O momento agora é de pegar a calculadora para somar os gastos com os presentes dos parentes, com a viagem de Réveillon e, ainda, de acrescentar nesta lista contas extras como IPVA, seguro obrigatório, IPTU, material e uniforme escolares, entre tantas outras despesas.


"Minhas contas mensais, como luz, água, telefone e internet pago sempre em dia. Mas o IPVA vai esperar mais um pouco", conta o líder de uma filial de concreto de Campo Limpo Paulista, Elton Bueno, 27 anos.


Elton é casado, tem um único filho e um bom emprego, mas ainda não conquistou a estabilidade financeira almejada. "Acho que o problema é que não sou organizado com as contas. Nunca reservo dinheiro para as despesas extras", revela, contando que não irá pagar o IPVA nem o seguro obrigatório do carro no primeiro semestre deste ano.

"Vou pagar só em novembro, quando for renovar o documento. Acho uma boa alternativa porque ganho alguns meses a mais".


Apesar da falta de planejamento, Elton não tem contas atrasadas para pagar e está em dia com a fatura do cartão de crédito. Em contrapartida,
não possui uma caderneta de poupança e afirma não conseguir guardar dinheiro de forma alguma.

"Terminei de pagar meu carro há pouco tempo. Como sei que não consigo poupar, estou pensando em começar a pagar um consórcio de outro carro ou de uma moto. Assim, vou ter aquela conta fixa todo mês e o dinheiro será aplicado em um bem material de valor", argumenta.

Definir uma meta ajuda a poupar

Falta de planejamento

A alternativa de "investimento" encontrada por Elton é uma opção bastante atraente no ponto de vista dele. Mas é reprovada pelo educador financeiro Pedro Braggio, que associa o fato de Elton não conseguir poupar com a falta de planejamento financeiro da família.


"Agora é o momento certo para colocar todas as contas no papel e se organizar. Se houver dívidas, a prioridade é quitá-las. Se o orçamento estiver apertado com várias despesas que foram parceladas, o jeito é economizar e cortar gastos supérfluos. E, claro, aprender a pagar tudo à vista. Se não tiver dinheiro, não compre".


As pessoas que conseguem seguir as dicas do especialista, consequentemente, perceberão que é possível destinar pelo menos 10% da renda familiar para uma caderneta de poupança. "Com planejamento, guardar se torna uma meta", avalia Braggio.


Vida de solteiro permite regalias financeiras

"Eu não costumo programar nada em minha vida e na parte financeira não sou diferente", conta a assistente comercial Natália Marega, 24 anos. Nem mesmo a formação em administração de empresas, há dois anos, foi suficiente para incentivar a jovem a mudar o seu relacionamento com o dinheiro.


"Como sou solteira e posso contar com a ajuda financeira do meu pai, acabo não me preocupando muito em controlar o que gasto", completa. O salário da jovem é aplicado em roupas, sapatos, cuidados pessoais e nas baladas de fins de semana com a turma.


"Até há pouco tempo eu era estagiária, então não ganhava muito, não dava para guardar. Mas pretendo mudar. Quero fazer outra faculdade e, também, pagar um bom curso para me preparar para prestar concurso público. Então, sei que preciso começar a poupar para atingir meus objetivos", conta.


Para a jovem, guardar dinheiro é uma tarefa que exige motivação. "Se eu não tiver uma meta, não guardo mesmo, sou muito consumista".


Orçamento planejado

Uma planilha no Excel com a programação das contas fixas do ano inteiro. É assim que o servidor público Jorge Augusto Berganton, 28 anos, controla a sua vida financeira. Mas a organização não para por aí. "Eu anoto tudo, até o que eu gasto para comprar uma bala depois do almoço ou uma gorjeta que dou para alguém na rua", declara.


Parece exagero, mas Jorge afirma que só conseguiu se livrar das dívidas com o cartão de crédito depois que passou a ter o rígido controle de todas as receitas e despesas do mês.


"Há uns dois anos, abusei do cartão de crédito e as dívidas viraram uma bola de neve. Foi depois dessa experiência que resolvi mudar meus hábitos e passei a controlar melhor o meu dinheiro", conta.


A parcela do carro, do futuro apartamento que comprou com a noiva e até mesmo os 20% da receita que mensalmente são destinados à caderneta de poupança estão todos computabilizados. "Como estou planejando o casamento, preciso pensar no futuro, em ter uma boa reserva financeira. Tenho que saber com o que estou gastando para evitar exageros e conseguir guardar dinheiro", completa.


A tarefa exige determinação. Mas também foi a alternativa encontrada pela assistente administrativa Ana Paula de Souza Silva, 35 anos, para colocar as contas dela e do marido em dia. "Criei uma planilha no computador em julho do ano passado, quando fui demitida do emprego. Organizar as contas se tornou um hábito", afirma.


Atualmente, Paula e o marido têm suas planilhas separadas mas, mensalmente, sentam para discutir juntos os gastos e para sonhar com o futuro. "Estamos guardando dinheiro para comprar o segundo carro, que é uma necessidade hoje em dia. Com uma meta, é mais fácil guardar", declara Ana Paula.


Fonte: Disop
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