sexta-feira, 30 de março de 2012

Viajar de avião vai ficar mais caro



Passageiros de avião vão pagar mais caro para viajar este ano. Os prejuízos registrados pelas duas principais companhias aéreas do País devem ter impacto no preço das tarifas. Essa é a previsão de especialistas em aviação civil e profissionais do setor.
“As empresas aéreas terão de recuperar suas margens de lucro e isso deve impactar no preço das passagens”, afirma Paulo Nascimento, vice-presidente comercial e marketing da Azul Linhas Aéreas.

Em 2011, a TAM registrou perdas de R$ 355 milhões, enquanto a Gol Linhas Aéreas teve prejuízo de R$ 669,5 milhões. Já a Azul não divulga balanço por não ser uma empresa de capital aberto.

O prejuízo tem relação com aumento dos custos das companhias ao longo do ano. Um dos fatores a contribuir para o resultado negativo é o preço do combustível. O querosene para aviação representa até 35% dos gastos de uma empresa aérea. “No ano passado houve um aumento de 25% no preço do combustível para aviação. Isso desequilibra a estrutura de custos de qualquer empresa”, explica Gilson de Lima Garofalo, professor de economia da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

Outro fator que pesou nas contas das companhias foi o aumento das tarifas aeroportuárias cobradas das empresas para usarem a estrutura dos aeroportos do País, de acordo com Nascimento.

Além disso, o dólar também subiu ao longo de 2011 — 12,32% –, o que pesou nos contratos de leasing das aeronaves, situação da maioria dos aviões, e no valor gasto para manutenção do equipamento das empresas.


“Tudo leva a entender que o mercado continuará sensível à variação do dólar e dos combustíveis ao longo deste ano, o que deve impactar no preço das passagens para o consumidor”, afirma o professor Volney Gouveia, que leciona economia no curso de Aviação Civil da Universidade Anhembi Morumbi.

Cortes

Para reduzir custos, as duas principais companhias aéreas do País já anunciaram redução da frota. A Gol também divulgou o corte rotas e de pessoal, o que inclui a abertura um plano para que “tripulantes manifestem a eventual intenção de serem desligados da empresa”, de acordo com nota da empresa.


Para Garofalo, a redução de rotas é necessária para diminuir custos de voos sobrepostos, ou seja, viagens de companhias diferentes em um mesmo horário e para mesmo destino, e que não atingiam 70% de ocupação.


Para os especialistas no setor aéreo, o impacto no preço das passagens só não será mais forte por causa da concorrência. “Pequenas empresas cresceram de forma assustadora no ano passado. Se subir muito o preço, vai perder cliente”, diz o professor da FEA-USP.


Segundo a Gol, o preço médio do bilhete aéreo por quilômetro voado caiu 4,8% em 2011. Porém, o IPCA vai na contramão e registrou alta de 43% no preço da tarifa para o consumidor no período.


Mesmo que as duas principais empresas do setor tenham registrado prejuízo, o setor apresentou expansão em 2011. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), houve crescimento de 15,8% em passageiros movimentados – 179,9 milhões de embarques e desembarques) e aumento de 9,3% na movimentação de aeronaves – 2,9 milhões de pousos e decolagens.

Fonte: Jornal da Tarde

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