terça-feira, 1 de abril de 2008

A mesada certa


A partir de que idade uma criança deve receber mesada? Dinheiro na mão dos filhos é sempre motivo de preocupação, mas a mesada também pode ser uma ótima maneira de preparar a criança ou o adolescente para adminstrar as próprias contas.
Num mercadinho de mentira, crianças bem pequenas têm aulas de consumo. Uma escola de Londrina pôs a economia no currículo dos pequeninos. “Você não pode comprar coisas muito caras, senão você não vai ter dinheiro para comprar uma coisa que você quer”, ensina um menino.
Isso é o que o adolescentes tentam fazer com a mesada, um mimo dos pais para cobrir pequenos prazeres. Mas qual a época certa para começar a dar dinheiro pra garotada?
O ideal é que a criança comece a receber mesada só quando já tiver noção de números, souber fazer as contas mais simples – o que geralmente ocorre por volta dos 6 e ou 7 anos de idade. O valor deve ser negociado com os pais - uma primeira lição sobre limites e responsabilidade com o dinheiro.
Se a intenção é ensinar, os pais devem dar o exemplo:
- não atrasar nem antecipar o pagamento
- nunca complementar o valor
- acompanhar o destino do dinheiro.
Se a criança aprende isso corretamente, vai pensar em conseqüências quando ela for consumir no futuro. A criança vai aprender a poupar”, explica o economista Carlos Roberto Ferreira.
Isso é o que fazem Andreo Kosuki e Michelle, pais de Matheus. Há dois anos, ele recebe mesada; desde janeiro, são R$ 50 reais, sempre no início do mês. O pai explica as regras: “Ele tem que guardar pelo menos 30% todo mês”.
A marcação cerrada tem funcionado bem: Matheus já economizou R$ 200, e nós fomos conferir o que o ele decidiu fazer com o dinheiro. A primeira escala do garoto foi num banco, acompanhado do pai; metade das economias foi para a poupança, estréia dele no mercado financeiro. “Achei ótimo, eu vou ganhar sem fazer nada”, comemora o menino.
Do banco, Matheus foi direto para o shopping. O desafio era comprar uma carteira e um mouse de computador com os R$ 100 que sobraram. Deu trabalho, mas ele fechou negócio depois de muita pechincha, e ainda voltou pra casa com R$ 30. “Procure pesquisar o preço em várias lojas antes de comprar”, ele aconselha. “Quando você achar o lugar mais barato, pechinche ainda mais”.
Controlar as despesas
também é o desafio de Flavia Castro e Natália Dariva. As duas amigas saíram de casa para cursar uma faculdade pública, com mesadas mais gordas: R$ 800 por mês, cada uma. O problema é que, com este dinheiro, elas têm de pagar todas as contas – aluguel, supermercado, água, luz, telefone, Internet e a saída com os amigos.
Eu vivia em casa com meus pais, não pagava conta nenhuma e não tinha muita noção de preço”, conta Flávia. O jeito foi pôr tudo na ponta do lápis e cortar o que era supérfluo.
Com menos festas, vaidade e telefone controlados, o gasto das meninas coube direitinho no orçamento combinado com os pais. “Fecha em cima, mas fecha”, brinca Natália.

Wilson Kirsche

Fonte: Site Jornal Hoje

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